The apartment is located on the edge of the old heart of the city – Baixa, in front of the São Paulo Square.
Baixa was built under the huge urban intervention in the city after the earthquake of 1755. All the buildings from that time have one important characteristic: a flexible wooden structure implanted on the walls, floors and roofs and later that comes out as a solution to prevent other tragedies as the one Lisbon had just suffered. Nowadays this element is one patrimonial element to be preserved in every work on this neighbourhood or on any other old building of the city that uses the same system.
The building has a significant depth that aims to solve its own topographical situation. The 3 inner courtyards are a consequence of the need of light and ventilation and the result are a number of spaces with a faint strained light coming from different directions.
In addition to the infrastructural question, the recovery mainly consists of the interior finishes, stucco walls, painting of the wooden structure of the building left in sight and painting of ceilings in plasterboard that are intended to be maintained (the original above is in very poor condition and quite deformed).
The proposed color palette is reduced in two colours, based on the idea of identifying the preexistence with black and the new with white. Thus, following this premise, the white is revealed on the stucco and plasterboard walls and ceilings and the black appears on the “cage” structure as well as in the old ceiling which is homogenized with the painting.
A praça de São Paulo situa-se no limiar do plano da Baixa Pombalina de Manuel da Maia, ficando o edifício em questão no encontro da Rua de São Paulo com a encosta Norte que apresenta uma diferença altimétrica resolvida com um talude de cerca de 20m. Os prédios adjacentes e o próprio edifício seguem a morfologia do plano, mas, também pela questão topográfica, divergem numa característica especial, visível nesta banda de edifícios, com profundidades consideráveis; 27 m neste caso. Trata-se da existência de três saguões distintos em forma e em dimensão, que assistem na iluminação do espaço, nas áreas afastadas da fachada principal.
O sistema estrutural de “gaiola” pombalina é dos importantes elementos que padronizam as características construtivas desta arquitectura. Contudo, com o decorrer do tempo, o apartamento em estudo foi objecto de diversas intervenções que alteraram a compartimentação espacial e esta característica estrutural, consequência de variadas utilizações do espaço para escritórios e serviços. Uma parte importante da estrutura foi demolida no centro do apartamento, assim como foram demolidas muitos acabamentos originais, tendo ficado à vista uma série de “Cruzes de Sto. André”. Entre roda-pés, sancas, tectos e pavimentos, restou apenas um conjunto de painés de azulejo num espaço junto à fachada interior Norte.
Para além da questão infraestrutural, a recuperação passa essencialmente pelos acabamentos do interior, paredes em estuque, pintura da estrutura de madeira do edifício deixada pontualmente à vista e pintura dos tectos em gesso cartonado que se pretendem manter (o original por cima encontra-se em muito mau estado e bastante descaracterizado).
A paleta de cores proposta é reduzida a dois tons, com base na ideia de identifica a preexistência com o preto e a intervenção actual com o branco. Assim, seguindo esta premissa, por um lado o branco está presente no estuque (e algum gesso cartonado) que reveste as paredes; e por outro, o preto está na estrutura em “gaiola”, bem como no antigo(s) forro(s) do tecto que é posto à vista no corredor e que é homogeneizado na pintura.
2018
Private
Lisbon, Portugal
Built
André Ribeiro
João Ribeiro de Almeida
André Cunha
Francisco Nogueira
www.francisconogueira.com