1_Difuse Mirror
2_Difuse Mirror
3_Difuse Mirror
4_Difuse Mirror
5_Difuse Mirror
3_Difuse Mirror
4_Difuse Mirror

Difuse Mirror

The chapel is placed on the edge of the dam like an anchorage pier.

Its shape consists of a simple parallelepiped spiked on the water bank.

Its structure consists of a reticulated system of autoclaved pine wood poles.

Its surface (floor, sides and roof) consists of a semi-opaque palisade, carved in the structural elements.

The palisade encloses the space, keeping it in the shadow only broken by the entry steps at the roof level and by one horizontal “window” at the pavement. The floor gap at the top of the space allows an exclusive view of the water surface.

Small blades of light pierce the interstices of the interior surfaces, allowing different tones, reflections and glitters along the day and the seasons of the year.

The shelter makes a clear counterpoint to the wide and bright landscape of the dam before descending the entrance steps.

The chapel suspends the light, the sights and the sound; all three redefined in a very private chamber.

The symbolism of water is emphasized by the cross that precedes and protrudes from the dam surface as the only vertical support on this side of the building.

The dimension of the cross confuses the scale, creasing the unusual of the space. On the other hand, it invites tactile interaction with this structural element.

In short, the chapel comes with a purpose: to be a healing harbor.

A place where the glimpse of the water reminds that “For now we see a reflection as in a mirror; then we shall see face to face. Now I know in part; then I shall know fully, even as I am fully known.” (excerpt from St. Paul’s First Letter to the Corinthians, Chapter 13).

 

A capela é implantada à beira da barragem como um cais ancoradouro.

A sua forma consiste num paralelepípedo simples encastrado num talude da margem.

A sua estrutura consiste num sistema reticulado de barrotes de madeira de pinho autoclavado.

A sua superfície (chão, lados e cobertura) é constituída por uma paliçada aparentemente opaca, entalhada nos elementos estruturais. Por fora, é lida do avesso: os nós estruturais funcionam como costuras de uma malha; por dentro está limpa.

A paliçada encerra o espaço, mantendo-o na semiobscuridade, sendo apenas rompida pelo vão de entrada ao nível da cobertura e pelo vão a nível do pavimento que permite uma vista exclusiva do interior para o plano de água.

Apenas pequenas lâminas de luz trespassam os interstícios dos paus rústicos dos 5 planos que desenham o interior, permitindo diferentes reflexos, brilhos e tons ao logo do dia e do ano.

A reclusão funciona em contraponto ao deslumbramento da paisagem que inunda o olhar de um utilizador antes de descer os degraus da entrada.

A capela suspende a luz, as vistas e o som como um sifão.

O convite à introspecção é ampliado no interior pela presença da vista exclusiva para a água.

A carga simbólica da água resulta da cruz que antecede e sobressai do plano da barragem como o único suporte vertical deste lado do edifício.

A dimensão da cruz confunde a escala, vincando o lado insólito do equipamento. Por outro lado, convida à interacção táctil com este elemento estrutural.

Em suma, a capela vem com um propósito: ser um ancoradouro curadouro.

Um lugar onde o vislumbre da água reconhece “Agora, vemos como num espelho, de maneira difusa; depois, veremos face a face. Agora, conheço de modo imperfeito; depois, conhecerei como sou conhecido.” (trecho de inspiração retirado da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, Capítulo 13).

year:
client:

Private

location:

Barragem de Montargil, Portugal

status:

ongoing project

team:

João Ribeiro de Almeida
André Pinto da Cunha
Francisco Duarte Ferreira
Hugo Lopes Martins
Bernardo Lino

photography: